No início de 1969 a corrida espacial estava chegando ao fim. Duas tentativas soviéticas anteriores para lançar sondas não tripuladas às Lua haviam falhado em missões cujo objetivo era ir à Lua, pousar, recolher amostras do solo, e trazê-las à Terra. O mais importante da tarefa era o prazo: as amostras deveriam estar na Terra antes que os astronautas da Apollo 11 retornassem ao nosso planeta.

A última tentativa da URSS nesse sentido foi o lançamento da Luna 15, efetuado em 13-jul-1969 – três dias antes do lançamento da Apollo 11. O lançamento foi bem sucedido, a sonda chegou a entrar em órbita lunar, mas no procedimento de pouso, quando estava a cerca de 3 km de altura, as comunicações cessaram. Supõe-se que a nave colidiu em alguma montanha da Lua.

Como visto, a questão principal da missão é a coincidência de datas com a missão Apollo 11, que colocou os primeiros seres humanos na Lua. Houve preocupação da mídia ocidental e do próprio governo dos EUA de que houvesse a possibilidade de a Luna 15 tentar, de alguma forma, atrapalhar (ou sabotar) a Apollo 11.

O astronauta Frank Borman (Apollo 8), recém-chegado de uma viagem oficial à Rússia feita entre 01 e 10 de julho, foi encarregado de solicitar aos soviéticos informações sobre a Luna 15. Em resposta a um telefonema de Borman, Mstilav V. Keldysh, presidente da Academia Soviética de Ciências, respondeu com um telegrama no qual garantia que a sonda lunar não interferiria na missão Apollo 11.

   

Referências

https://www.rbth.com/history/330657-luna-15-secret-moonshot
https://www.washingtonpost.com/history/2019/07/19/soviets-tried-beat-apollo-they-crashed-spacecraft-moon-instead/?noredirect=on